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Passadiços do Paiva

Ainda era muito cedo quando parti, com um grupo de amigos, à descoberta dos passadiços do Rio Paiva.

Queriamos chegar cedo, pois tudo indicava que estaria um dia quente e confesso que não gosto nada de caminhar com muito calor.

O dia apresentava-se com algum nevoeiro, criando um ambiente bonito, o que tornou a viagem de carro, até lá, muito bonita.

O rio Paiva já era conhecido e apreciado pelos amantes da natureza, nomeadamente pelos praticantes de rafting e canoagem.

Com a abertura dos Passadiços do Paiva, no concelho de Arouca, passou, também, a ser conhecido pelos apreciadores de caminhadas, que se deslocam, um pouco, de todo o lado, para os descobrir.

São construções em madeira, que percorrem as margens do rio Paiva, com uma extensão de quase 9 quilómetros, entre a praia do Areinho e a localidade de Espiunca.

Devido à pandemia que nos está a afetar, os bilhetes foram comprados online no site oficial dos passadiços.

As entradas têm, no meu entender, um valor simbólico pois cada bilhete custou apenas 2 euros.

Ao chegar à praia fluvial de Areinho, o extremo pelo qual tínhamos decidido começar o percurso, ainda era visível algum nevoeiro.

Embora tivéssemos chegado relativamente cedo, já existiam poucos lugares no parque de estacionamento.

Também existem instalações sanitárias, locais para comer e um pequeno bar, onde aproveitamos para tomar o nosso café matinal.

Até, mais ou menos, metade do percurso, não há outro local para comprar bebidas, daí ser necessário pensar e resolver essa situação, antes de iniciar a caminhada.

Durante todo o percurso é possível consultar o número de quilómetros percorridos, pois estão indicados nos passadiços.

O motivo que nos levou a escolher este sentido, Areinho-Espiunca, foi o facto de queremos fazer a enorme subida que existe nessa zona, logo no início antes de, eventualmente, estarmos cansados, e não no final.

Entre a praia do Areinho e a ponte de Alvarenga, o percurso, quase todo em terra batida, não apresenta qualquer dificuldade.

Ao atravessar a estrada, junto à ponte, é que se inicia, no meu entender, a parte mais difícil de todo o percurso, com mais de 300 degraus para subir uma enorme elevação, que exige um esforço bastante grande e, por isso, alguma preparação.

Existe outra alternativa para quem tenha crianças, por exemplo, que é iniciar no outro extremo, ir até à praia do Vau e voltar para trás.

Custou-me um pouco, mas aproveitei para fazer pequenas pausas fotográficas para, registar os lindos cenários que a altura ia permitindo descobrir e, descansar um pouco entre os vários lanços de escadas.

Quando cheguei lá cima, ao pequeno caminho de terra batida, nem queria acreditar.

É neste local que se validam os bilhetes e que, agora nesta fase, é feita a medição da temperatura corporal.

Do outro lado do rio a Cascata das Aguieiras é qualquer coisa de espetacular com as suas águas a escorrer pelas rochas abaixo. Lindo.

Uma ponte enorme, já concluída, só está à espera de ser oficialmente inaugurada, para proporcionar umas vistas, ainda mais, deslumbrantes sobre esta zona já de si impressionante, aos mais corajosos.

A partir deste local, começa uma longa descida, que proporciona vistas incríveis sobre o rio. Uma satisfação.

Quem não acha tanta piada são as pessoas, com quem cruzamos, que iniciaram o percurso do outro lado e que quase no final da caminhada, quando o cansaço já se apodera do corpo, se deparam com todos estes degraus para subir.

Tudo se torna mais fácil a partir desta descida, pois com os passadiços, juntinhos ao rio, e praticamente a direito, é só apreciar as belas paisagens.

Percorrer de um lado ao outro a ponte suspensa da praia do Vau é uma experiência engraçada.

Tudo mexe e treme, mas as vistas sobre o rio merecem estes pequenos sustos.

Na praia do Vau, que fica, mais ou menos, a meio do percurso, fizemos uma pequena pausa.

É possível ir até à água, descansar na praia e apreciar as águas límpidas do rio Paiva.

Existem instalações sanitárias e um pequeno bar.

Ao retomar a caminhada, uma nova cascata, mais pequena, obrigou-me a mais uma paragem, pois, confesso que não consigo resistir a cascatas. Acho que é mesmo o meu ponto fraco, no bom sentido, claro.

Um pouco mais à frente, o rio começa a mudar, perde o seu ar mais tranquilo e torna-se mais agressivo.

As rochas tornam-se mais visíveis e escuras.

O miradouro sobre a Gola do Salto permite observar a zona mais perigosa do rio Paiva.

Até a paisagem se torna mais rude. As encostas mais abruptas.

Com o final da caminhada, já a fazer-se sentir, o verde da vegetação e o azul das águas calmas, regressam.

Ainda não tinha terminado e já sentia alguma tristeza por ter de acabar uma caminhada, que fiz sempre ao som da água.

O final dos passadiços ocorre na Praia fluvial da localidade de Espiunca, onde, também, existem várias estruturas de apoio.

Como tínhamos deixado os carros no outro extremo, apanhamos um táxi até à praia do Areinho. O preço é fixo (20 euros) e muita gente opta pela mesma opção.

De regresso à praia de Espiunca, onde a maioria do grupo ficou à espera, iniciámos um almoço demorado com a merenda que cada um levou.

Um dia a repetir.

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