Concelho da Póvoa de Varzim, Distrito de Braga, Distrito do Porto, Freguesia de Laúndos, Miradouros, Monumentos, Património Cultural Material, Portugal

Monumento ao Emigrante

Aos filhos desta Terra que foram, lutaram e voltaram, e aqueles que foram, lutaram e não voltaram, mas deles não esqueceremos!

Esta é a expressão escolhida para homenagear os portugueses, que saíram do País, no Monumento ao Emigrante localizado no cimo do Monte de São Félix, Freguesia de Laundos, concelho da Póvoa de Varzim.

O monumento foi mandado construir, para homenagear todos os emigrantes Poveiros, por uma família também ela emigrante, a família Giesteira.

Na década de 1950, esta família, formada pelo pai, José Martins Giesteira, a mãe, Luzia Gomes Moreira, e quatro filhos, vivia na Póvoa de Varzim.

Os seis viviam em situação de pobreza e, por isso, decidiram partir para o Brasil, contrariamente ao inicialmente pensado de só emigrar o pai, para arranjar trabalho e casa para viver com os restantes elementos da sua família.

Mas todos acabaram por partir ao mesmo tempo.

O monumento representa a partida dos seis, caminhando na rampa de um navio em direção a um novo mundo.

O pai é o primeiro, com ar firme e decidido, seguido pela sua esposa com o filho mais novo ao colo.

Nem toda a restante família aprovou a decisão dos progenitores em tudo abandonarem e partirem para um país desconhecido com os filhos, mas a união entre eles falou mais alto e apesar de todas as dificuldades com que se depararam, acabaram por modificar o destino de cada um.

Os 3 filhos seguem os pais, carregados com as suas parcas bagagens.

O mais velho de todos, Manuel Giesteira, tinha apenas 11 anos quando chegou ao Brasil.

Ciente das dificuldades económicas da família, este arranjou, desde muito cedo, formas de sustento, mas fez questão de estudar sempre durante esse período.

Acabou por concluir a licenciatura em Direito e tornou-se um advogado, professor e empresário muito conceituado.

Acabou por ter uma carreira de prestígio, durante a qual apoiou diversas causas sociais.

O enorme sucesso que alcançou foi o motivo que criou a crença, ainda hoje existente, de que qualquer pessoa que toque o pé da estátua que o representa no monumento, terá igualmente uma vida cheia de sucesso e dinheiro.

O advogado, também, nunca esqueceu as suas raízes poveiras e, sempre que possível, regressa à Póvoa de Varzim, rever a família e os amigos.

É ele que, aquando da decisão de se aposentar em 1995, manda construir o monumento do emigrante.

O local escolhido, para esta obra com 100 toneladas de granito e 1.200 quilos de bronze, foi o Monte de São Félix, que à época estava em situação de abandono e, por isso, necessitava de várias obras para poder acolher o monumento.

Foi então construída, uma via sacra, para aceder da localidade ao monumento, dividida por sete pisos, cada um com duas capelas aos quais se pode chegar a partir de 328 degraus.

A base do Monumento é um miradouro circular que oferece vistas incríveis sobre toda a região.

Neste é possível apreciar, representada no chão, a rosa dos ventos, com indicação dos pontos cardeais e dos vários continentes.

A obra foi, finalmente, inaugurada em 5 de Setembro de 1998, após dois anos de construção, com uma festa para 20 mil pessoas.

Tudo o que diga respeito e honre os emigrantes portugueses é, para mim, motivo de felicidade, por ser uma causa que eu conheço e defendo.

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