Concelho de Marvão, Distrito de Portalegre, História, Património, Património Cultural Material, Ponte, Portagem, Portugal, Torre

A portagem de Portagem

Na localidade de Portagem, junto a Marvão (cerca de 7 km), terá funcionado uma das portagens estabelecidas pelo Rei D. João II.

O nome da localidade daí resulta.

Da Torre aduaneira medieval da localidade, provavelmente do séc. XIV, vigiava-se a ponte de Portagem, por onde as pessoas atravessavam o Rio Sever, e cobrava-se uma taxa aos produtos que por ali passavam.

Fugidos às perseguições religiosas em Espanha, terão entrado, também, pela ponte cerca de 15 mil judeus.

Para se ter uma ideia da dimensão desta realidade, chegaram a estar concentrados, num acampamento perto de Castelo de Vide, cerca de 5000 judeus.

Alguns integraram-se nas povoações vizinhas, outros nem sequer conseguiram sair das imediações da ponte, onde acabaram por falecer.

Era, portanto, cobrado na torre, um valor por cada pessoa que entrava no reino e acabou por servir para controlar e taxar a entrada dos judeus em Portugal, após a sua expulsão de Espanha.



A Ponte da Portagem é uma das mais importantes construções viárias do final do século XVI, início do século XVII, na região do Alentejo.

Embora esteja muitas vezes considerada uma construção romana, não é, apesar de terem sido utilizados materiais de origem romana para a sua construção.

Estes podem ser provenientes da cidade romana de Ammaia ou ainda de uma ponte romana, situada a montante, entretanto destruída para evitar a fuga à cobrança de taxas alfandegárias.

À volta da ponte, tal como acontece com outras principalmente as de origem romana, existe um conjunto de lendas que associa a sua construção a um pacto com o diabo.

Toda essa zona, a ponte, a torre e a área envolvente está classificada como Conjunto de Interesse Público.

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