Já há muito queria visitar a Cascata de Cela Cavalos e tal, como já referi, fiz uma primeira tentativa, num dia quente a partir da estrada M308, mas correu mal pois torci o pé quando descia pelo estradão em terra batida.
Acabei por me magoar, mas, também, não gostei muito do inicio do caminho que na altura escolhi para ir até à queda de água, pois não tinha qualquer sombra e era demasiado abrupto para o meu gosto.
Pesquisei, portanto, outras formas de acesso à Cascata, pois existem várias.
Acabei por me decidir pelo percurso da aldeia de Lapela à cascata.
Deixei o carro estacionado no largo principal da aldeia e lá se iniciou o percurso a pé.
Atravessei, portanto, a aldeia de Lapela o que me permitiu descobrir um pouco desta localidade e até conversar com alguns habitantes que eu ia encontrando.
Uma simpática senhora informou-me logo que para chegar à cascata, tínhamos de passar por duas pontes de madeira.
Gado a pastar em grandes lameiros verdejantes marcam o fim das casas da aldeia e o início do trilho.
Imagens do Portugal profundo, pérolas da ruralidade.
Após sair da aldeia, o percurso é praticamente todo feito por um caminho de terra batida, de aproximadamente 2 quilómetros, com partes bem irregulares, daí não ser possível levar a viatura.
Contrariamente ao caminho por onde inicialmente tentei aceder à cascata, este não era tão inclinado e tinha muita mais vegetação.
Chegar à primeira ponte de madeira é ter o primeiro contacto com os cursos de água da zona.
Comecei logo a ter a certeza do que aquilo que eu ia encontrar era algo muito belo.
As vistas sobre o rio e serras envolventes são magníficas, numa zona do percurso mais a descoberto.
Ao descer na direção da cascata, a vegetação volta a ser mais densa e achei piada existirem na zona vários medronheiros carregados de frutos, bem maduros. Claro que lá teve que ser a prova.
Conforme nos aproximavamos, o barulho da água a cair tornou-se cada vez mais intenso, o que permitia antecipar um belo cenário.
O que correspondeu à realidade, desde o momento em que finalmente, conseguimos vislumbrar a linda cascata através das árvores.
Tal como eu imaginava, após uns dias chuvosos, a água era muito abundante o que transformava a cascata numa, ainda, mais incrível e vistosa queda de água, tal como eu gosto.
O regresso foi pelo mesmo caminho, com todo o tempo do mundo para apreciar os belos pormenores deste percurso.