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La Maison Rose

“Quand on descendait de la butte
Où je vivais à mes débuts
Nous y avions un point de chute
Accroché à un coin de rue
On l’appelait la maison rose
Rose bonbon décoloré
Comme une maison de poupée
Qui dans mes souvenirs s’impose”

Esta música de Charles Aznavour, “La maison rose” traduz bem o sentimento de quem conhece e gosta desta casa, tão pitoresca de Montmartre.

De pequenas dimensões e pintada com uma cor que dá logo nas vistas, esta casinha, localizada na “Rue de l’Abreuvoir” (para mim a rua mais bonita de Paris) encanta e fascina todos os que por aqui passam.

É um verdadeiro sucesso no Instagram, pois é um dos locais mais fotografado e partilhado da capital francesa.

Como está localizada em Montmartre, um bairro muito associado aos artistas, não foge à regra, tendo sido local de passagem de um grande número de pintores, músicos e escritores, tais como Picasso, Modigliani, Édith Piaf, Charles Aznavour, Jacques Brel e Albert Camus.

Ficou, ainda, imortalizada nos quadros de um dos pintores de quem eu mais gosto, Maurice Utrillo, filho da também pintora Suzanne Valadon, que moravam ali perto, num edifício que é hoje o museu de Montmartre.

E no fundo o seu segredo, para ser tão conhecida, deve-se um pouco a isto tudo, uma casa encantadora e repleta de histórias dos inúmeros artistas que por ali passaram.

Um pouco de história…

Não há assim uma data certa associada à sua construção, mas deve ter ocorrido por volta de 1850, no meio das casas e moinhos que formavam Montmartre nessa altura.

Foi comprada pelo artista catalão, Ramon Pichot, que ao descobrir a vida boémia de Montmartre, com um amigo que ele albergava muitas vezes um certo Picasso, apaixona-se pela casa, da qual se torna proprietário para a tornar no seu atelier.

Conhece Laure Gargallot, uma das modelos dos pintores de Montmartre, conhecida por ser o motivo do suicídio de Casagemas (o pintor e grande amigo de Picasso que se mata por amor), por quem se apaixona.

Casam e nas viagens do casal à Catalunha, Laure, terá ficado inspirada pelas cores garridas das casas da região.

Ao regressar a Paris, decide, então, pintar a casa de cor de rosa.

O espaço passa a ser um restaurante muito frequentado pelos artistas do bairro.

Após a morte de Laure, a casa foi comprada por uma família, que até hoje, as várias gerações souberam manter o restaurante aberto ao público.

Resumindo…

O melhor, mesmo, é num simpático passeio por Montmartre, apreciar tudo o que de belo tem este bairro, a começar pela sua encantadora casa cor de rosa.

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