Concelho de Guimarães, Cultura, Distrito de Braga, Património Cultural Material, Portugal, Teatro, Teatro Jordão

Teatro Jordão

Foi pensado numa altura em que se discutia a necessidade da cidade de Guimarães ter um teatro que não a envergonhasse.

O Teatro D. Afonso Henriques, bastante velho, já não oferecia condições. Ainda foi pensada a sua reconstrução, mas não se conseguiu reunir consenso para tal.

O Teatro Gil Vicente não reunia as condições necessárias, era muito pequeno e até chegou a ser classificado como “indecente, nauseabundo e indigno” (Notícias de Guimarães de 5 de Fevereiro de 1933).

É nesta fase da discussão que aparece Bernardino Jordão, natural de Fafe, com um projeto para a construção de um novo teatro.

Após alguma controvérsia acerca da sua localização, começou a ser construído na Avenida Cândido dos Reis, atualmente D. Afonso Henriques, no dia 22 de Fevereiro de 1937.

O responsável pelo projecto e pela obra foi o arquitecto e engenheiro civil, Júlio José de Brito, conhecido por outra obra da época, o Teatro Rivoli, no Porto.

A 20 de Novembro de 1938 é inaugurado o teatro, que inicialmente, por imposição política, não se pôde chamar Teatro Jordão mas sim Teatro Martins Sarmento.

A inauguração marcou a cidade. Contou com a presença de mais de 400 pessoas, de todos os estratos sociais de Guimarães e de outras cidades.

Nesse dia foi distribuído um folheto que descrevia e permitia perceber a obra e o seu tamanho.

Tinha nascido um teatro com capacidade para mais de 1.200 espectadores na cidade de Guimarães.

E foi assim que, até encerrar em 1993, criou uma ligação muito estreita com a cidade e memórias/recordações nos vimaranenses.

Começa, então, um momento de degradação do teatro, para tristeza dos habitantes da cidade.

Após várias tentativas de venda falhadas, a autarquia de Guimarães acabou por comprar o edifício para o tornar um espaço multifuncional.

É sujeito a uma intervenção profunda,  preservando o seu aspeto exterior e com o cuidado de manter, o mais possível, o seu interior.

A sala de espetáculos, embora tenha passado para menos de metade da sua capacidade inicial, continua a encantar com os seus belos pormenores.

Hoje, acolhe novas valências educativas, científicas e criativas, como, por exemplo, a instalação da Escola de Música do Conservatório de Guimarães.

O que dado a sua proximidade ao Centro Cultural Vila Flor, cria ali um centro de produção artística muito interessante.

Deixe um comentário